Notícia

Sindicatos vão às ruas defender trabalhadores

Fonte: (Diário de São Paulo) 15/01/2015 - 14:09:01

Centrais querem a revogação da medida provisória que retiram direitos dos funcionários 

O pano de fundo do encontro ontem (14/01), era a demissão nas montadoras do ABC paulista nos primeiros dias de 2015, mas o principal alvo das centrais sindicais do país foi mesmo o governo federal.

Para pressionar a presidente Dilma Rousseff a rever as medidas que restringem o acesso a direitos básicos do trabalhador como seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença e pensões, foi aprovado um calendário de manifestações.

O primeiro ato, já marcado para 28 de janeiro, ganhou o nome de Dia Nacional de Luta em Defesa dos Empregados e dos Direitos. A meta é fazer assembleias nas portas das fábricas para explicar o quanto as mudanças são prejudiciais aos empregados. Além disso, devem acontecer paralisações em todos os estados.

“Exigiremos a revogação das medidas provisórias. Para isso, preparamos fortes protestos e manifestações no Brasil”, explicou Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

“O Governo tende a fazer o ajuste na economia à custa dos trabalhadores e não vamos permitir nenhum direito a menos, como disse a presidente Dilma no discurso de posse. Queremos que esse discurso agora se viabilize”, alertou a presidente em exercício da CUT, Carmen Foro.

A principal crítica, além das restrições em si, foi o fato de o governo não ter chamado os sindicalistas para, ao menos, avisar sobre a intenção de mudar as regras dos pagamentos dos benefícios. “A realidade brasileira de alta rotatividade não é desejo dos trabalhadores, que são demitidos e ainda punidos. Isso atinge principalmente o setor que mais precisa de mão de obra pouco especializada e mais jovem”, afirmou Carmen.

As novas regras do seguro-desemprego exigem a partir de agora 18 meses de vínculo empregatício nos últimos 24 meses para o primeiro acesso ao benefício e 12 meses nos últimos 16 meses para o segundo. Um estudo do Dieese, citado pela presidente da CUT, mostra que praticamente metade (46%) dos trabalhadores é demitido antes de completar seis meses de trabalho. Todas essas pessoas não teriam mais direito ao salário pago pelo governo.

Um segundo grande ato vai acontecer no dia 26 de fevereiro. A Marcha da Classe Trabalhadora terá concentração na Praça da Sé, em São Paulo. “Não podemos e não vamos permitir retrocesso no direito dos trabalhadores”, reforçou o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

“O ano que se inicia aponta para um cenário de crise em andamento, demissões aumentando, e, na hora em que o trabalhador mais precisa desses instrumentos sociais que levamos tantos anos parar conquistar vem essa limitação. Isso é perda de direitos.”

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